JURI CONDENA PAI E FILHO POR TENTATIVA DE HOMICÍDIO
Depois de 13 horas de julgamento, o Tribunal do Júri, decidiu, nesta quinta-feira, 23, pela condenação de dois, dos três acusados, de terem sequestrado e espancado a camareira Regina Célia Carneiro. Era 29 de maio, ano 2016, por volta das 23 horas quando Regina, 50 anos na época, voltava do trabalho de camareira em um clube no centro da cidade. O caminho era o mesmo, já estava acostumada, entretanto, este dia seria diferente! Os réus, Gleisson Rodrigo Gonçalves e seu filho, Luiz Antônio Gonçalves, auxiliados por um amigo, raptaram e agrediram violentamente a vizinha, com quem já haviam tido uma rixa. Familiares contam que, a vítima já havia dado parte de ambos, pelas ameaças sofridas. O motivo fútil: Regina costumava ouvir músicas em alto volume, em um rádio TV antigo e sem potência capaz de atrapalhar de fato, a rotina dos vizinhos. Ela gosta de louvores. Escutava diariamente músicas cristãs e isso teria incomodado aos acusados, que após ameaçarem a senhora, resolveram cumprir tais ameaças. Em casa, o filho Rafael estranhou a demora da mãe em voltar do serviço, e logo a família estava nas ruas fazendo buscas por toda a madrugada. Enquanto isso, Regina estava em posse dos seus algozes. Teria começado a ser espancada ainda no carro a caminho de onde seria abandonada para morrer. E foi ali, em meio a um matagal, na zona rural do município, em situação grave e sem a menor condição, de pedir socorro, que Regina foi encontrada por terceiros e resgatada pelo Corpo de Bombeiros local, no dia seguinte. Familiares contam, que após o resgate e ainda em situação lamentável, ela insistia em repetir sem parar, o nome dos homens que cometeram essa barbárie e de deixar claro, que havia um terceiro desconhecido, que também a espancou sem dó. Começava ali, a luta pela vida. Sem sentir as pernas e com fortes dores, Regina foi transferida para a Casa de Misericórdia em Goiânia. Seu estado inspirava sérios cuidados. Ainda hoje a família precisa se revezar para tomar conta dessa guerreira, que não desistiu de viver e que se preocupou em anunciar quem havia tentado matá-la. Entrava em ação, a Polícia Civil, em um excelente trabalho de parceria com a Polícia Militar. As equipes foram ágeis e os três envolvidos acabaram presos. “Ela trabalhava o dia todo, inclusive feriados e finais de semana. Quase não ouvia o som em casa”, afirma a família.
SEQUELAS "Ela passou pela UPA em Caldas, Santa Casa de Misericórdia em Goiânia, Vila São Contolengo em Trindade, fez a cirurgia na coluna cervical no HUGO, em Goiânia e terá para a vida toda, que fazer acompanhamento pelo Sarah em Brasília", explica um dos membros da família, que prefere não se identificar.
SENTEÇA Pai e filho foram condenados. A defesa queria que fosse apenas lesão corporal grave, porém para o júri, a intenção de pai e filho era mais do que apenas machucar, visto que a abandonaram em um local onde a vítima foi encontrada por milagre. Gleisson Rodrigo Gonçalves e Luiz Antônio Gonçalves foram condenados a 9 anos e 8 meses, e a 13 anos e 4 meses de reclusão, respectivamente. O terceiro participante ainda será julgado.
GRATIDÃO Familiares de Regina, agradecem aos que a encontraram. Também ao Corpo de Bombeiros que a resgatou, bem como ao Júri que fez a justiça ser cumprida. Emocionados, ainda fazem questão de agradecer, ao promotor, Dr: Augusto Henrique Moreno Alves e ao Dr: Pailhano Andrade (Advogado assistente da acusação). A corte esteve sob o comando da Juíza Criminal, Vaneska Baruki. A busca por justiça continua, pois ainda falta o terceiro elemento responder perante o judiciário.
Fotos: Lúcia Moreno