Credeq, Hemocentro e restaurantes populares podem ter alimentação suspensa por atraso de repasses
A empresa Empório Representações, que oferece as refeições para o Centro Estadual de Referência e Excelência em Dependência Química (Credeq) de Aparecida de Goiânia, Hemocentro de Goiás e dois restaurante populares de Luziânia, podem suspender os serviços. O corte da alimentação seria devido ao atraso nos repasses por parte do Governo Estadual. Segundo o proprietário da empresa, Tarogy Carvalho, a situação se estende desde outubro do ano passado. Toda a dívida soma os montantes de R$ 2 milhões. Segundo ele, a situação mais grave é nos restaurantes, pois a débito estadual é de R$ 500 mil. “Nós entramos em contato com a Organização Voluntária de Goiás (OVG) e a única resposta que nos dão é que não tem dinheiro em caixa para os repasses”, conta. Tagory conta que os restaurante, juntos, oferecem 1,5 mil refeições ao preço de R$ 2. De acordo com ele, a mantença dos lugares foi realizada por meio de recursos pessoais que devem durar até a próxima segunda-feira (21). Ele alega que, se não houve nenhum repasse, as unidades serão fechadas. “É muito triste, pois alimentação é primordial e atendemos muitas pessoas carentes que contam com essas refeições no dia. Mas, infelizmente, eu não tenho como levar isso adiante”, desabafa. O proprietário ressaltou que a suspensão de alimentação no Credeq pode acarretar na liberação das pessoas que estão em tratamento no local. Assim como dificultar a coleta de sangue no Hemocentro, que oferece o lanche para fortalecer o doador.
Respostas
O Mais Goiás entrou em contato com a Secretária Estadual de Saúde (SES), que por meio de nota, informou que, na última terça-feira (15), foi liberado o repasse de R$ 37,5 milhões para as Organizações Sociais (OSs) , “que foram divididos proporcionalmente às especificidades de cada contrato”. O texto ainda diz que, no último dia 30, novos repasses serão disponibilizados pelas pastas e que a alimentação no Credeq não será suspensa. A assessoria do Credeq afirmou, também por meio de nota, que se reunião com representantes da empresa nessa semana e que a comunidade Luz da Vida, que gere a unidade, “reafirma que todos os pagamentos e investimentos são realizados assim que acontecem os repasses”. Já o Instituto de Desenvolvimento Tecnológico e Humano (Idetech), que gere o Hemocentro desde de novembro de 2018, afirmou que o contrato com a empresa que realiza fornecimento de lanches é anterior à gestão do Idetech. E que uma nova licitação foi aberta para contratação de outra empresa. “Até o presente momento, nem o Hemocentro, nem o Idtech, receberam qualquer comunicado oficial sobre a interrupção do serviço”, completa. A OVG, que é responsável pelos restaurantes populares, informou que a dívida deixada pela gestão anterior é de mais de R$ 4 milhões, referente a repasses de outubro, novembro e dezembro. Somente com a Empório representações o valor é de aproximadamente R$ 380 mil. “A nova gestão da OVG informa que está analisando todos os contratos e entrará em contato com todos os fornecedores para regularizar as pendências e não afetar a continuidade do programa”, finaliza.